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O Impacto das Novas Tabelas de Retenção de IRS
- Helder Silva
- Publicações
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As novas tabelas de retenção na fonte do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) para 2025, publicadas recentemente, visam alinhar o imposto retido mensalmente com o imposto anual efetivamente devido.
Contudo, esta medida, embora signifique um aumento do rendimento líquido mensal para muitos a curto prazo, poderá resultar numa redução dos reembolsos ou num aumento do imposto a pagar na sua declaração de IRS de 2026, referente aos rendimentos de 2025.
O Governo ajustou as tabelas de retenção na fonte em três fases ao longo de 2025:
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Janeiro a Julho: Aplicação das tabelas iniciais.
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Agosto e Setembro: Taxas de retenção excecionalmente mais baixas. O objetivo é compensar, de forma retroativa, o IRS que foi retido a mais nos primeiros meses do ano, devido à aprovação posterior da redução das taxas de IRS no Parlamento. Para vencimentos brutos até 1.136 euros (e pensões até 1.116 euros), a taxa de retenção será de 0% nestes dois meses.
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Outubro a Dezembro: Novas tabelas com taxas superiores às de agosto/setembro, mas inferiores às de janeiro/julho, refletindo as taxas de IRS já atualizadas.
Como Isso Afeta as Suas Contas em 2026?
A diminuição significativa do valor retido em agosto e setembro, embora pareça vantajosa no imediato, implica que menos imposto estará a ser adiantado ao Estado ao longo do ano.
Segundo simulações, esta abordagem pode levar a que, no acerto final em 2026:
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Reembolsos diminuam: Se costuma receber reembolso de IRS, é provável que o valor seja menor.
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Imposto a pagar aumente: Contribuintes que já pagavam imposto no acerto final poderão ter de pagar um valor maior.
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Transição de reembolso para cobrança: Alguns contribuintes que antes recebiam reembolso poderão agora ter de pagar imposto.
Exemplo Prático:
Um trabalhador por conta de outrem, solteiro e sem filhos, com um salário bruto de 1.500 euros, que em 2024 teve de entregar 91 euros ao Estado, em 2026 terá de entregar cerca de 126 euros, pois a retenção efetuada ao longo do ano será inferior ao imposto efetivamente devido.
Em rendimentos mais elevados (acima de aproximadamente 3.000 euros), a tendência de pagamento de imposto adicional é ainda mais acentuada.
Recomendações para trabalhadores:
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planear finanças prevendo possível acerto no envio da declaração de IRS em 2026, por isso, será importante, poupar parte do valor extra recebido;
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aproveitar o aumento temporário do rendimento líquido para amortizar dívidas ou reforçar poupança.
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Continuar a pedir fatura com o número de contribuinte em todas as despesas elegíveis para dedução.
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Se antecipa ter de pagar imposto em 2026, comece a planear essa despesa desde já para evitar surpresas.
Conclusão: Mais rendimento líquido nos próximos dois meses não significa menos IRS no total anual — significa apenas que o Estado recebe menos agora e pode cobrar depois. Planeamento é essencial para evitar surpresas em 2026.